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A ansiedade presente na criança


Eu sou a Raíssa Jacintho, solteira, mineira aqui de Belo Horizonte, aquariana que corre atrás do que quer. Eu nasci em 10 de fevereiro de 1988. Tenho 30 anos neste momento (2018). Nasci de uma mãe lutadora e um pai visionário. O encontro atômico desses dois resultou em mim, eu sou a mais velha e meus dois irmãos, André e Jéssica.


Durante minha infância, nos mudamos com muita frequência devido às questões financeiras da minha família. Meus pais não tinham muitos recursos e por isso, passamos diversas dificuldades. A parte positiva na minha história é que nossa avó e nossos tios sempre nos apoiaram e ajudaram como puderam. Para mim, este apoio me possibilitou ser quem me tornei hoje.


Pensando no desenvolvimento infantil, o ambiente onde ele se dá é fundamental para que a criança tenha condições de todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade, como diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990).


O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), considera o grau de escolaridade dos brasileiros, renda e nível de saúde. Este índice é indicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Levando em consideração que o Brasil faz parte do grupo de 55 países considerados de alto desenvolvimento humano, pode-se perceber que mesmo em um país com este índice, a realidade de grande parte da população é limitada.


Com a crise econômica, houve um reflexo desde 2014 no Brasil com aumento de milhões de pessoas ingressando na pobreza, aumento exponencial da taxa de desemprego, e, apesar de termos tido alguns avanços com o passar das décadas, há ainda uma enorme quantidade de pessoas, inclusive crianças, vivendo sem as condições sancionadas na lei .8069, ECA, que garante-lhe, “todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade”.


Considerando essas milhões de pessoas das classes baixas no Brasil, pensar no ambiente de desenvolvimento com alimentação com baixa densidade nutricional, moradias com condições precárias, falta de vestuário, calçados e acessórios e muitas vezes sem possibilidades de escolha, este cenário é condizente para o surgimento de relações instáveis emocionalmente com desenvolvimento infantil limitado.


Este ambiente predispõe o surgimento de alguns transtornos como Transtorno de Ansiedade de Separação, Transtorno de Ansiedade Social (ou Fobia Social), Fobias específicas, Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno do pânico. Além do ambiente ser desencadeador de transtornos ansiosos, não se pode deixar de considerar as tendências genéticas, grande exposição ao estresse do dia a dia, problemas financeiros, vulnerabilidade social, abuso de substâncias como o uso de cafeína, álcool e nicotina na infância, traumas infantis ou traços de personalidade, são alguns exemplos das causas. Todos estes fatores também exercerão uma força propulsora para o surgimento dos transtornos já citados.


A maioria dos medos e ansiedades infantis são normais e muitas vezes são decorrentes do processo de aprendizagem em cada fase, independente da classe social. Entretanto, os sintomas ansiosos em crianças podem ser banalizados em muitos casos, e é muito importante de serem considerados! Afinal, o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e a OMS estima ainda que o distúrbio de ansiedade afete em torno de 1% a 3% da população entre 0 e 17 anos, o que equivale a 8 milhões de crianças e adolescentes (2018).


Na minha história de vida vivenciei momentos de ansiedade e foi fundamental o apoio da minha família e profissional tanto da Educação Física, fisioterapia, quanto clínico geral e principalmente psicologia, para que eu pudesse superar tais situações e me tornar uma adulta mais funcional e com melhor saúde mental. Uma criança estar ansiosa significa que ela está com preocupações na cabecinha, nervosa e temerosa refletindo este estado interno em muita agitação e dificuldades na realização de tarefas simples. Portanto, é fundamental que os responsáveis pela criança fiquem atentos às mudanças de comportamento dos seus pequenos para buscar por cuidados da saúde mental com profissionais qualificados e capacitados como psicólogos e até mesmo psiquiatras.

Referências:

  1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8069.htm

  2. https://www.pragmatismopolitico.com.br/2018/05/brasil-ranking-de-idh-cuba-venezuela.html

  3. http://comoeducarseusfilhos.com.br/blog/ansiedade-na-infancia-como-identificar-e-o-que-fazer/

  4. https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-maior-taxa-de-transtorno-de-ansiedade-do-mundo-diz-oms,70001677247

  5. https://www.bemparana.com.br/noticia/brasil-tem-as-criancas-mais-ansiosas-do-mundo-segundo-a-oms--

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