Depressão: doença silenciosa da alma

Vamos refletir sobre essa doença que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, é o mal do século. Doença essa, que ao contrário da maioria das patologias não apresenta um sintoma físico específico e um exame que facilite o diagnóstico e que permita ser vista pelas pessoas, para justificar seu estado. Não, essa doença é silenciosa, não aparece em um exame de sangue ou em uma tomografia. Muitas vezes, a pessoa deprimida, não necessariamente precisa ficar sem comer, sem sair para trabalhar, sem tomar banho. Muitas vezes, ela faz todas as tarefas rotineiras para tentar ir contra os sintomas, para não se entregar aos sintomas tão avassaladores.
E não há nada pior para uma pessoa deprimida ouvir que a doença se instalou por falta de fé, que a vida é boa, que deve encontrar uma motivação para viver. A depressão é um processo que além de emocional, se torna químico. Somente a pessoa deprimida, sabe o quanto é difícil levantar da cama e cumprir com todos as tarefas do dia.
Você deve estar se perguntando o que leva uma pessoa a ter depressão? As pesquisas científicas atuais informam que a depressão é causada por um conjunto de fatores: genéticos, ambientais e psicológicos, estando associada a certos fatores de risco, a exemplo da história de depressão na família, alterações significativas na vida, uso contínuo de certos medicamentos, problemas crônicos de saúde e até ao consumo de drogas.
A depressão como doença da alma se instala sorrateiramente. Não escolhe cor, raça, religião, idade, estado civil ou social. É uma doença tão dolorosa, quanto uma doença do corpo. Desfaz casamentos, afasta pais do convívio familiar, afeta jovens e crianças. Tira a alegria de viver, o prazer de sorrir, a energia do viver. Vale lembrar que a depressão não é tristeza, que é um sentimento normal na vida de qualquer ser humano e não apresenta a mesma gravidade.
Vamos aos principais sintomas e sinais: cansaço extremo, fraqueza, irritabilidade, angústia, ansiedade exacerbada, baixa autoestima, insônia ou sono de má qualidade, falta de interesse por atividades que antes proporcionavam prazer, pensamentos pessimistas, pensamentos frequentes sobre morte, comportamentos compulsivos, dificuldades para se concentrar, problemas ou disfunções sexuais, sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres cotidianos. Lembrando que não é preciso apresentar todos esses sintomas para realizar o diagnóstico de depressão.
O médico psiquiatra, professor e escritor Augusto Cury, ressalta: “nunca despreze as pessoas deprimidas, a depressão é o último estágio da dor humana”. Importante estarmos atentos ao comportamento e aos sentimentos das pessoas que estão ao nosso redor. Quando há suspeita dessa doença deve-se encaminhá-la ao profissional que fará o diagnóstico. Vale ressaltar que psicólogos ou psiquiatras são os profissionais mais adequados para fazer o diagnóstico e oferecer tratamento adequado.
O tratamento geralmente inclui medicamentos, psicoterapia ou uma combinação dos dois. Cada vez mais, as pesquisas sugerem que esses tratamentos podem normalizar a função cerebral associada à depressão. A família, os amigos e os colegas de trabalho também tem grande valor para uma pessoa que se encontra em tratamento. Como auxilia-la? Respeitando, acolhendo, escutando, oferecendo apoio.
Provavelmente, caro leitor, você convive ou conhece alguém com depressão. Ou, até mesmo você já foi acometido em algum momento da vida por essa grave doença da alma. Faça sua parte, encaminhe para um profissional especializado.
Referências: http://blogs.atribuna.com.br/vivaleve/depressao-a-doenca-silenciosa-e-disfarcada/
https://saude.abril.com.br/medicina/depressao-sintomas-diagnostico-prevencao-e-tratamento/