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O psicólogo: descendo do altar e se misturando aos reles mortais



“Nossa! Você é psicólogo, deveria saber!”; “Você está fazendo isso, mas você é psicólogo!”; “Todo psicólogo é doido”; “Psicólogo não pode errar”; “Psicólogo é um ser evoluído”... Psicólogo isso, psicólogo aquilo... Você psicólogo já foi julgado assim alguma vez em sua carreira? “Olha, você deveria saber porque já é estudante de psicologia!”; e você estudante de psicologia?


Pode parecer lindo ser psicólogo, mas os julgamentos que nos colocam no lugar do suposto saber, aquele altar, é bem pesado. Você concorda? Pensando nisso decidi este mês escrever para vocês sobre o psicólogo frente ao outro que nos relacionamos.


Você pensa que não deve demonstrar suas emoções na sessão? Você pensa que não pode falar o que pensa? Você pensa que não pode falar suas sensações fisiológicas, como dor, sono, cansaço, alergia...? Você pensa que deve se vestir de determinada forma fora do seu estilo? Você pensa que deve isso ou deve aquilo? Você pensa que deveria saber, como “as pessoas” julgam?


Nós sabemos que existem várias psicologias e cada abordagem (linhas de trabalho) e cada profissional atuam de uma forma diferente. Ainda assim, o Psicólogo é um ser humano com qualidades e limitações, virtudes e vícios. Sendo assim, nos vendo como nós somos, faz-se importante também enxergarmos as coisas como são.


Trouxe algumas reflexões neste texto, pois tenho feito supervisões com colegas profissionais, inclusive de abordagens diferentes da minha, que têm apresentado dificuldades com suas próprias questões na psicoterapia com seu cliente\paciente\pessoa\sujeito\ser.


Cabe a nós psicólogos nos pautarmos em nosso código de ética e também cuidar de nossa saúde mental e emocional também. Dessa forma, finalizo convidando você psicólogo a participar da Campanha Janeiro Branco de sua cidade. Essa campanha busca a prevenção da saúde emocional e mental de toda população brasileira já sendo lei em várias cidades do Brasil e inclusive foi aderida por outros países. Estão sendo formados núcleos autônomos descentralizados de atuação da campanha janeiro branco, ou seja, a Campanha não tem dono e todos podem participar como voluntários fazendo ações de psicoeducação tanto individualmente quanto em algum grupo já estabelecido ou inclusive criar um.


Trabalhar com prevenção é importante porque buscasse dar passos para ter qualidade de vida ao invés de chegar ao ponto do acometimento do adoecimento. A prevenção faz toda diferença no cotidiano das pessoas. Por isso, é importante também a adesão dos profissionais tanto da psicologia quanto da área da saúde de forma geral para o fortalecimento da categoria e parcerias. Usualmente os profissionais ficam cada um em seu canto, em seu consultório, e uma provocação que a Campanha Janeiro Branco provoca em mim, pelo menos, é o que eu posso fazer dentro da minha área para a sociedade? Uma pessoa saudável psicologicamente traz menos problemas em seus núcleos familiares e no âmbito social. Uma pessoa feliz e de bem com a vida contagia todos os espaços. Fiquei pensando, afinal, quem gosta de ficar do lado de pessoas problemáticas?

Referência:
ABRAHAÃO. Leonardo. Janeiro Branco: por uma cultura da Saúde Mental. Acesso em: <http://janeirobranco.com.br/> Disponível em: <13/12/2017>.
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